"Cassandra passa a ser considerada como louca ao tentar comunicar à população troiana as suas inúmeras previsões de catástrofe e desgraça"
Deus e eu nunca nos demos muito bem. Tampouco eu consegui acreditar quando me diziam que o destino era algo traçado e imutável.
Se existe algo que me é natural, é o ato de profetizar o meu futuro de maneira autorrealizável e a vida alheia de maneira intuitiva e paradigmática.
Re-leio históricos de conversa, traço metas, objetivos, batizo a todos com pseudônimos de corpos celestes para que tudo se torne mais romanticamente calculista.
Analiso detalhes das personalidades, defino um começo, um meio e um fim à participação da maioria das pessoas na minha vida e, por vezes, mesmo entre as vidas delas.
Penso conhecer muito da maioria das pessoas no momento em que as vejo ao vivo, às vezes não preciso nem ao menos vê-las ao vivo para conhecê-las muito mais que gostaria um dia.
Quase tudo é previsto e premeditado. Existe, contudo, certa espontaneidade no meio; mas o que não é espontâneo costuma ser omitido a fim de evitar julgamentos e garantir o sucesso do que foi planejado.
Ademais, costumo sempre saber muito mais sobre as pessoas que o que elas sabem sobre mim. Isso (nem) sempre é omisso.
É muito difícil algo ser-me surpreendentemente imprevisível. Contudo, não quero soar arrogante ou pré-potente; escutai-me quando eu vos disser que estou (quase) sempre errante e errando.
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