Compreendamos a existência como um ponto de vista fixo e de iluminação onírica. São aqueles 200 graus de visão que veis desde a hora em que acordais àquela que vos deitais.
É difícil para o meu existencialismo compreender certas mentes/prisões. O existir de um deficiente, o existir de uma pessoa mais pobre, o existir de uma pessoa mais rica, pois me carecem as suas condições e circunstâncias.
Porém, sinto-me consolado pela (efêmera) existência de pessoas como Kiekergaard, Rousseau, Mark Twain Schopenhauer, Descartes, Platão, Voltaire, etc. Pessoas que, assim como eu, questionaram a própria essência do que é existir. Do que é este cenário colorido ao qual somos diariamente expostos.
Quem somos?
De onde viemos?
Para onde vamos?
Quelle est-elle notre raison d'être?
Existe algum propósito verdadeiro na vida?
Será o nosso mundo inteiramente feito de ficção; o que resta então à pessoa amoral e cética que já não crê em nada, que nunca sequer acreditou em nada desde cedo na vida?
Qual a essência de cada objeto, de cada conceito, de cada pessoa. Qual a diferença entre "ser" e "estar" se sairmos de uma escala secular para uma escala, no mínimo, milenar?
Apesar de aparentar ser feito das mesmas substâncias, do mesmo básico de carbono, oxigênio, enxofre, hidrogênio, nitrogênio e fósforo; sinto-me tão diferente. É sinceramente como se a minha consciência fosse feita de alguma matéria mais antiga.
Ou talvez eu esteja enganado e façamos todos parte de um mesmo todo.
Mas e os psicopatas? Os assassinos? Os depravados? De que todo fazem parte?
E se um Deus pudesse criar-nos todos felizes, sãos e bondosos; por que criaria todos infelizes e alguns tão crueis?
Suponhamos que o universo realmente tenha vindo do nada e que a morte nos iguale ao nada. Não seríamos então, cada um de nós, exatamente igual ao universo? Qual é diferença entre nada e nada? Não pode ter diferença entre inexistências por questões profundamente lógicas (ao menos ao meu ver).
Então, através da morte, outro universo poderia surgir de nós, talvez o mesmo, talvez outro. O surgimento de tudo do nada é algo tão caótico que desafia qualquer linha de pensamento ordenada e lógica.
Pois não tem uma regra, se tudo veio do nada, não tem como encontrar um porque pra isso.
E se foi fruto de uma conservação de energia absurda, de onde veio essa energia? E antes? E antes do antes? E depois? E depois do depois? E depois que o tempo sepulte até os nossos túmulos?
Se não sou digno de saber tudo o que Deus sabe, por que tenho essa ânsia? Devo eu tirar alguma lição disso? Alguma moral? Como pode um Deus carente de qualquer moral exigir-ma uma?
Não existe forma de apagar esses questionamentos da minha mente. Ignorá-los é fútil e nada desaparece por ser ignorado, exceto segundo os mais vulgares ditados. Tudo ainda está lá.
Isso tudo é muito engraçado, interessante e assustador ao mesmo tempo. Cogito ergo sumus.
E sobretudo, para quê serve a filosofia àqueles que não têm sequer tempo de pensar? É realmente possível viver sem indagar-se ao menos um "por quê?"
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